A VIDA GASTA.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012


Trouxe comigo o espinho essencial de ser consciente,

A vaga náusea , a doença incerta, de me sentir
Álvaro de Campos, Vilegiatura

Que a vida, a própria vida, tenha um aspecto é algo que a maior parte das pessoas terá dificuldade em compreender (julgo eu, mas não conheço a maior parte das pessoas). A vida, considerada em si mesma, quer dizer, o simples acontecer das coisas e de nós mesmos, é pouco mais que o nada. Aliás, é precisamente o que vem logo a seguir ao nada, e é depois (sobre ela ou nela) que todas as coisas significativas acontecem. A vida em si mesma tende, portanto, a não ser sequer considerada – preocupados como estamos com a variedade de coisas que se passam nela – ou, o que é o mesmo, a ser tida como um âmbito de acontecimentos neutro, espaço ou horizonte onde ocorrem coisas, mas que em si mesmo não tem rosto nem aspecto. A vida é, assim, como um meio transparente, água limpa que pode ser atravessada e habitada por muitas coisas, tanto boas como más, que pode correr, como dizemos, bem ou mal, mas que em si mesma é precisamente como a água – insípida, incolor e inodora.
A tonalidade que por vezes a invade – a vida é dura, a vida é fácil... – parece derivar das venturas ou desventuras, quer dizer, do arbítrio dos acontecimentos, de modo que o juízo que sobre ela recai decorre dos casos particulares. Também por essa razão o tom da vida pode mudar, rapidamente e sem prévio aviso, e mudar ao ritmo da vicissitude: pode num instante deixar de ser sombrio para se tornar claro e deixar depois de ser assim para readquirir o cinzento do quotidiano. A vida pode, portanto, admitir muitas formas, como o mar, mas em si mesma é informe e anónima – como o mar.
É normal que não estejamos atentos à vida porque habitualmente encontramo-nos entretidos com o que ela nos oferece. A vida seria um tédio se não tivéssemos nada para fazer. Ela encarrega-se, assim, de nos arranjar coisas para nos ocupar. Demonstra com isso a sua astúcia: entretem-nos com tarefas e dispensa-nos da tarefa de a encarar de frente, de procurar discernir o seu rosto. A vida tem manha: distrai-nos com muitos problemas para que ela própria não se torne num problema. Esconde-se atrás do que nos dá.
E, no entanto, quando observada com atenção, a vida parece ter um aspecto. Parece, aliás, ter mau aspecto, estar com má cara, ter um rosto doentio. O sintoma mais óbvio é o de, a despeito de tudo o mais, a vida ser habitualmente uma atarefada e distraída correria em direcção à morte. É certo que vivemos também na tendência, quase incurável, de pensar que a morte não é um sintoma da doença da vida porque colocamos a morte no fim da vida, de modo que o "espaço" que ainda nos separa dela não está contaminado pela morte. O que é um estratagema hábil, que nos permite acordar, viver e dormir tranquilos sem pensar. Como se o fim não fosse o fim disto, no duplo sentido. De facto, o fim pertence ao processo. Isto, a vida, tende por si mesma para o seu próprio fim, consome-se e gasta-se ao executar-se, como a cera de uma vela se gasta enquanto ilumina, de modo que a pouca luz que lança (ainda que lance alguma) é o acto mediante o qual se desfaz. O facto de a morte ser o fim da vida não mantém a vida incólume da morte, mas, pelo contrário, transforma-a numa mais ou menos lenta agonia. A vida é uma agonia, por vezes com desfecho fulminante, outras vezes arrastando-se penosa ou alegremente. Podemos estar frenética e apaixonadamente a gozar o prazer de viver, acorrendo vibrante e entusiasmadamente a muitas coisas, que tudo isso é um mero epifenómeno de uma doença que, precisamente por ter momentos felizes, é levada a esquecer-se de si, a disfarçar-se.
Assim, o mais grave sintoma da doença de estar vivo é especialmente grave porque se apresenta sob a ilusão do seu contrário, como se a vida fosse o oposto da morte, quando é apenas o caminho que inevitavelmente lá conduz. É, de facto, curioso, mas o caminho para a morte parece ter a consistência e o aspecto de vida. "Nasceu – não escapa", diziam os antigos. Julgamos habitar um tempo de vida, mas o espaço que percorremos é de morte.
O facto de a região que percorremos estar contaminada pela morte não converte a vida apenas num "vale de sombras", como se a morte fosse somente uma nuvem espessa que cobre e se acrescenta às muitas coisas que fazemos. Pelo contrário: parece que as coisas que fazemos habitualmente têm um carácter doentio, no seu frenesim inquieto. Corremos à procura de qualquer coisa e se o que encontrarmos é o mero fim da própria correria, o acto de correr é louco e vão. Enquanto a morte for um abismo, a vida, seja ela de que tipo for, será uma anedota de mau gosto. Por isso, o desejo que nos move e nos leva de um lado para outro parece ser o passo doentio e inquieto de um animal enjaulado pelo nada. Só permanece a ilusão de haver qualquer coisa, de persistir algum significado. Se o fim é o nada, isso de que o nada é o fim já é nada. E a vida torna-se uma convulsão no vazio.
O que nos liberta do reconhecimento deste estado de coisas não é o facto saudável de possuirmos, pelo nascimento, uma cura para ele, mas o simples acontecimento da inconsciência. Andamos com segurança, perseguindo objectivos de validade a prazo, mas inconscientes do simples facto de estarmos vivos. A lucidez da doença arrastaria a angústia. Salva-nos a miopia de não nos enxergarmos com clareza, de apenas e vagamente nos pressentirmos, para logo enxotar o inconveniente pressentimento.
De que serve, todavia, a lucidez? Não seria melhor, afinal, possuir a felicidade do "homem marçano,/Que tem a sua tarefa quotidiana normal, tão leve ainda que pesada,/Que tem a sua vida usual,/Para quem o prazer é prazer e o recreio é recreio,/Que dorme sono,/Que come comida/Que bebe bebida, e por isso tem alegria!"1 ? Se toda a lucidez apenas trouxesse consigo o reconhecimento da doença da vida, não seria preferível a estupidez da insconsciência? Se amanhã morreremos, não seria melhor dedicarmo-nos a comer e a beber? E, no entanto, estas são as perguntas do desespero. Um dos males da vida é a inconsciência dos seus males: sentir-se bem é uma ilusão perigosa, não porque seja sentir-se bem, nem só porque a verdade é que se está mal, mas sobretudo, talvez essencialmente, porque isso impede a procura da cura. O diagnóstico não vale por si, mas por ser condição prévia da eficácia da terapia. O problema é, porém, grave porque, neste caso, a doença é a própria vida, isto é – tudo. Não se trata de uma debilidade parcelar, que apenas afecta zonas ou regiões da existência. A debilidade é a própria existência. O que está impedido e afectado é a vida mesma.
Sabemos, no entanto, alguma coisa quanto à terapia a procurar. Sabemos, por exemplo, que a terapia deve ser, por assim dizer, "totalitária", ou seja, que nenhuma coisa imanente à vida pode ser a cura para a totalidade da vida. Sabemos também que o esplendor das coisas é "curto demais" para as redimir, que não basta, e que apenas acrescenta à doença um outro sintoma e grave – a doce melancolia da beleza da vida. A cura deve ser mais radical que a beleza. Tem de tocar no nervo mesmo da existência vivida, tem de possuir forma de vida, salvá-la toda, incluir o quotidiano e o heróico, o grande e o pequeno, o vulgar e o fantástico. Parece, de facto, que não estamos em condições de "deduzir" as formas concretas da terapia (e muito menos de a executar somente por nós próprios, a partir dos recursos imediatamente à nossa disposição), mas podemos pelo menos, se quisermos, reconhecer a sua necessidade e a sua pertinência (ou o seu contrário) quando e se nos for oferecida. O que, se não permite que nos curemos a nós próprios, não nos remete, no entanto, para uma paralisia completa.
    
    1 ÁLVARO DE CAPOS, Mestre, meu mestre querido

Sem comentários

Enviar um comentário

Browse by Categories

TREES OF LIFE (42) HOLDERLIN (11) FERNANDO PESSOA (9) MIRCEA ELIADE (9) HERBERTO HELDER (7) JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA (7) PASOLINI (7) VIRGILIO FERREIRA (7) INGMAR BERGMAN (6) JOHN FORD (6) JOSEPH CAMPBELL (6) LEANDRO DURAZZO (6) SÃO TOMÁS DE AQUINO (6) ABEL GANCE (5) CARL JUNG (5) CARL THEODOR DREYER (5) EUGENE GREEN (5) FRITZ LANG (5) NOVALIS (5) RAINER MARIA RILKE (5) RUY BELO (5) SANTO AGOSTINHO (5) ANDREI TARKOVSKY (4) HANNAH ARENDT (4) HEIDEGGER (4) HENRY DAVID THOREAU (4) JEAN-LUC GODARD (4) KIERKEGAARD (4) LEIBNIZ (4) RAUL BRANDÃO (4) TERRENCE MALICK (4) Andrzej Zulawski (3) BLAISE PASCAL (3) BUDISMO (3) CIRCULARIDADE (3) CLARICE LISPECTOR (3) EDUARDO LOURENÇO (3) F.W. MURNAU (3) FRANJU (3) GEORGE STEINER (3) GOETHE (3) JOHN MILTON (3) JOSE VAL DEL OMAR (3) LUCRECIO (3) MARCEL HANOUN (3) MAURICE PIALAT (3) MIA COUTO (3) NATHANIEL DORKSY (3) PAULO BORGES (3) PÍNDARO (3) TEIXEIRA DE PASCOAES (3) WILLIAM BLAKE (3) WILLIAM WORDSWORTH (3) ALBERT LEWIN (2) ANA CÁSSIO REBELO (2) Allan Watts (2) BERGMAN (2) BONNIE PRINCE BILLIE (2) BRUCE BAILLIE (2) CAO GUIMARÃES (2) CHARLIE CHAPLIN (2) CIMINO (2) CLARENCE HUDSON WHITE (2) DANTE (2) DAVID LOWERY (2) DYLAN THOMAS (2) E. CASSIRER (2) EMANUELE COCCIA (2) ERIC ROHMER (2) EUGÉNIO DE ANDRADE (2) EZRA POUND (2) FELLINI (2) FÉLIX GUATTARI (2) GILBERT DURAND (2) GILLES DELEUZE (2) GONÇALO M. TAVARES (2) HAYAO MIYAZAKI (2) HERK HARVEY (2) HERMANN HESSE (2) HESÍODO (2) HITCHCOCK (2) JEAN EPSTEIN (2) JEAN-CLAUDE BRISSEAU (2) JODOROWSKY (2) JOHN CARPENTER (2) JONAS MEKAS (2) JORGE DE SENA (2) JORGE LUIS BORGES (2) JOSEF VON STERNBERG (2) JOSÉ AUGUSTO MOURÃO (2) JOSÉ MARIA MARDONES (2) JOSÉ RÉGIO (2) JOÃO BÉNARD DA COSTA (2) KARL MARX (2) KING VIDOR (2) LEONARD COHEN (2) LEONARDO DA VINCI (2) MANKIEWICZ (2) MANOEL DE OLIVEIRA (2) MANUEL S. FONSECA (2) MARC'O (2) MARCEL L'HERBIER (2) MARGARETHE VON TROTTA (2) OVIDIO (2) PABST (2) PARADJANOV (2) PASCAL QUIGNARD (2) PAUL DELVAUX (2) PAULETTE TAVORMINA (2) PROUST (2) RIMBAUD (2) ROBIN HARDY (2) ROGER SCRUTON (2) ROSSELLINI (2) RUI ALMEIDA (2) SACHA GUITRY (2) SENTIMENTOS OCEÂNICOS (2) SIMONE WEIL (2) STAN BRAKHAGE (2) SYLVIA PLATH (2) SÃO JOÃO DA CRUZ (2) T .S.ELIOT (2) THEO ANGELOPOULOS (2) TRENT PARKE (2) UMBERTO ECO (2) VICO (2) VICTOR ERICE (2) WALT WHITMAN (2) WILLIAM DIETERLE (2) WITTGENSTEIN (2) sebastião salgado (2) wim wenders (2) ABEL FERRARA (1) ADILIA LOPES (1) ADVENTISMOS (1) AGNES VARDA (1) AKI KAURISMAKI (1) AKIO JISSOJI (1) AKIRA KUROSAWA (1) ALAIN RESNAIS (1) ALBERT EINSTEIN (1) ALEJANDRA PIZARNIK (1) ALESSANDRA FEROCI (1) ALESSANDRA SANGUINETTI (1) ALFONSINA STORNI (1) ALLAN DWAN (1) ALMADA NEGREIROS (1) AMADEU BAPTISTA (1) ANA MENDIETA (1) ANAIS NIN (1) ANDRE GIDE (1) ANDRÁS JELES (1) ANGELUS SILESIUS (1) ANSEL ADAMS (1) ANTONIONI (1) ANTÓNIO CAMPOS (1) ANTÓNIO GANCHO (1) ANTÓNIO LOBO ANTUNES (1) ANTÓNIO RAMOS ROSA (1) ANTÓNIO REIS (1) ARISTÓTELES (1) ARTHUR SCHOPENHAUER (1) ARVO PART (1) BAE YONG-KYUN (1) BAS JAN ADER (1) BAUDELAIRE (1) BEACH BOYS (1) BEATRIZ HIERRO LOPES (1) BEN RIVERS (1) BEN RUSSELL (1) BENEDICTE HOUART (1) BERGSON (1) BERKELEY (1) BERNARDO SOARES (1) BETH MOON (1) BIBLIA (1) BILL MOYERS (1) BILLY WOODBERRY (1) BOB DYLAN (1) BORIS LEHMAN (1) BOSCH (1) BOSE (1) BUSTER KEATON (1) Blavatsky (1) BÉNÉDICTE HOUART (1) CANTERBURY TALES (1) CARLOS DE OLIVEIRA (1) CASPAR DAVID FRIEDRICH (1) CATARINA MOURÃO (1) CHESTERTON (1) CLAUDE LORRAIN (1) CORNEL WEST (1) CRISTINA CAMPO (1) Cepticismos (1) Claudia R. Sampaio (1) CÉZANNE (1) D.A. PENNEBAKER (1) DAN BRAGA ULVESTAD (1) DANIEL BLAUFUKS (1) DANIEL FARIA (1) DANIEL JOHNSTON (1) DANIEL JONAS (1) DANIEL ROSS (1) DAVID BARISON (1) DAVID BERMAN (1) DAVID FOSTER WALLACE (1) DELÍRIOS (1) DIOGO VAZ PINTO (1) DIONYSUS ANDREAS FREHER (1) DONNA BACKUES (1) DOROTHY BERNARD (1) DREYER (1) DURKHEIM (1) EDITH STEIN (1) EDMOND JABÈS (1) EGON SCHIELE (1) EINSTEIN (1) ELLIE DAVIS (1) EMPEDOCLES (1) ENTREVISTAS (1) EPICURO (1) ESPINOZA (1) FEDERICO GARCIA LORCA (1) FERDINAND ZECCA (1) FERNANDO ASSIS PACHECO (1) FERNANDO LEMOS (1) FLAHERTY (1) FRANCESCO BERTOLINI (1) FRANCESCO UBERTINI (1) FRANCIS BACON (1) FRANCO PIAVOLI (1) FRANK BORZAGE (1) FRANK MALINA (1) FRANTISEK VLÁCIL (1) FREDERICO LOURENÇO (1) FREI BENTO DOMINGUES (1) FREUD (1) FRIDA KAHLO (1) GASTÃO CRUZ (1) GENESIS (1) GEORGES BATAILLE (1) GEORGES DIDI HUBERMAN (1) GILBERT GARCIN (1) GILBERTO GIL (1) GLAUBER ROCHA (1) GOYA (1) GRAHAM SUTHERLAND (1) GREMILLON (1) Giovanni Pico della Mirandola (1) HANNAH GUY (1) HEGEL (1) HENRI MICHAUX (1) HENRI-CARTIER BRESSON (1) HENRY FONDA (1) HENRY WESSEL (1) HERBERT BIBERMAN (1) HERBERT READ (1) HOMERO (1) HUILLET (1) HUW WAHL (1) Hafiz (1) Hilda Hilst (1) IAN MCEWAN (1) IBSEN (1) IEDA TUCHERMAN (1) INTRODUÇÕES (1) INÊS DIAS (1) INÊS FONSECA SANTOS (1) INÊS FRANCISCO JACOB (1) Ingeborg Bachmann (1) J. AUGUST KNAPP (1) JACQUES RANCIERE (1) JACQUES RIVETTE (1) JACQUES TOURNEUR (1) JAINISM (1) JAMES BENNING (1) JAMES CAMERON (1) JAMES DEAN (1) JAMES JOYCE (1) JAN BRUEGHEL (1) JEAN-BAPTISTE CAMILLE COROT (1) JEAN-JACQUES ANNAUD (1) JEAN-MARIE STRAUB (1) JEREMY JAY (1) JERRY HOPPER (1) JERZY KAWALEROWICZ (1) JOAQUIM PINTO (1) JOHN MARTIN (1) JOHN MILLAIS (1) JOHN WATERHOUSE (1) JORDAN BELSON (1) JOSE LUIS GUERIN (1) JOSEPH BEUYS (1) JOSEPH CAMBELL (1) JOSÉ MEDEIROS (1) JOSÉ SARAMAGO (1) JOYCE MANSOUR (1) JOÃO CÉSAR MONTEIRO (1) JOÃO MIGUEL TAVARES (1) JUDAÍSMO (1) JUDITH CREWS (1) JUSSARA SALAZAR (1) José Eduardo Agualusa (1) KAZIMIR MALEVICH (1) KELLY REICHARDT (1) KEN RUSSELL (1) KENNETH ANGER (1) KENZI MIZOGUCHI (1) KHALIL GIBRAN (1) KUBRICK (1) KUROSAWA (1) KURT KREN (1) LARS GUSTAFSSON (1) LARS VON TRIER (1) LAWRENCE M. KRAUSS (1) LEV KULIDZHANOV (1) LIVRO DA DANÇA (1) LIVRO DOS MORTOS (1) LOIS PATIÑO (1) LOUIS CLAUDE DE SAINT MARTIN (1) LOUIS-FERDINAND CÉLINE (1) LUCIEN NONGUET (1) LUIS BUÑUEL (1) LUIS MENDONÇA (1) LÉON DE GREIFF (1) M. FILOMENA MOLDER (1) MACIEJ DUZKYNSKI (1) MALCOLM LE GRICE; THE IMAGE OF TIME (1) MALEBRANCHE (1) MAN RAY (1) MANOEL DA FONSECA (1) MANUEL RESENDE (1) MARIA FILOMENA MOLDER (1) MARIA GABRIELLA LLANSOL (1) MARIA MANUEL VIANA (1) MARIANO MALACCHINI (1) MARINA NUNEZ (1) MATSUO BASHO (1) MATT REEVES (1) MAURICE BLANCHOT (1) MAURITZ STILLER (1) MAYA DEREN (1) MERIAN C COOPER (1) MESTRE ECKHART (1) MEYERHOLD (1) MICHAEL O'SHEA (1) MIGUEL HERNANDEZ (1) MIGUEL-MANSO (1) MIKHAIL KALATOZOV (1) MIKHAIL VRUBEL (1) MIKIO NARUSE (1) MILTON (1) MOJICA MARINS (1) MORRISSEY (1) MURILO MENDES (1) Meister Eckhart (1) MÁRIO SIMÕES (1) Mário Patrocínio (1) NAGISA OSHIMA (1) NAKAGAWA (1) NARUSE (1) NIETZSCHE (1) NIJINSKY (1) NOBUO NAGAWAKA (1) NUNO BRAGANÇA (1) NUNO FERRO (1) Nova Acrópole (1) OBAYASHI (1) ODE À AGUA (1) OLMI (1) PADRE ÉDOUARD HUGON (1) PAOLO GIOLI (1) PARMÉNIDES DE ELÉIA (1) PATRÍCIO GUZMÁN (1) PAUL BÁRBA-NEGRA (1) PAUL CÉZANNE (1) PAUL SCHRADER (1) PAUL SIGNAC (1) PAVESE (1) PEDRO MEXIA (1) PEDRO TIAGO (1) PETER FLEISCHMANN (1) PETRONIO (1) PHIL SOLOMON (1) PIERRE-AUGUSTE RENOIR (1) PIET MONDRIAN (1) PIMA (1) PLUTARCO (1) Persian poetry (1) Prof. Lúcia Helena Galvão (1) PÚBLICO (1) R. OTTO (1) RALPH WALDO EMERSON (1) RAMIRO S. OSÓRIO (1) RAOUL BERTEAUX (1) RAQUEL NOBRE GUERRA (1) RAUL BERENGUEL (1) RAYMONDE CARASCO (1) REBECCA MEYERS (1) REGINA GUIMARÃES (1) RENE DESCARTES (1) RENÉ ALLEAU (1) RICARDO ARAÚJO PEREIRA (1) RICHARD KELLY (1) RICHARD SARAFIAN (1) RIDLEY SCOTT (1) RIVANE NEUENSCHWANDER (1) ROBERT MUSIL (1) ROBERT WALSER (1) ROBERTO ACIOLI DE OLIVEIRA (1) ROSA LUXEMBURGO (1) ROSA-CRUZES (1) ROTHKO (1) RUI CAEIRO (1) RUMI (1) RÉGIS DEBRAY (1) SALMAN RUSHDIE (1) SALVADOR DALI (1) SARAH KANE (1) SCHLEIERMACHER (1) SERGIO LEONE (1) SHARUNAS BARTAS (1) SIMONIDES DE CEOS (1) SKOLIMOWSKI (1) SOLVEIG NORDLUND (1) SPINOZA (1) STIG DAGERMAN (1) STRAUB (1) SYDNEY LONG (1) Suspiros (1) TADAO ANDO (1) TALES DE MILETO (1) TATIANA FAIA (1) TEINOSUKE KINUGASA (1) TERRY GEORGE (1) TEUVO TULIO (1) TEXTOS DAS PIRÂMIDES (1) THE XX (1) TRANSCENDENTALISMO (1) TRESMONTANT (1) The Smashing Pumpkins (1) Timothy H. O'Sullivan (1) UGO GREGORETTI (1) UPANISHAD (1) VALERIO ZURLINI (1) VAN GOGH (1) VASCO GRAÇA MOURA (1) VELHO TESTAMENTO (1) VIRGILIO (1) VOLTAIRE (1) WACHOWSKI (1) WAGNER DE ASSIS (1) WALERIAN BOROWCZYK (1) WALTER BENJAMIN (1) WERNER HERZOG (1) WOODY ALLEN (1) William A. Wellman (1) XAVIER BEAUVOIS (1) XENÓFANES (1) YURI ILYENKO (1) ZDENEK KOSEK (1) a.m. pires cabral (1) adolfo bioy casares (1) agustina (1) ana marques gastão (1) beckett (1) cecilia meireles (1) chico xavier (1) christian kabbalah (1) cristele alves meira (1) hindu (1) italo calvino (1) jordan peterson (1) lord byron (1) m. night shyamalan (1) philip k. dick (1) plotino (1) scorsese (1) vincent ward (1)

Browse by Date