“Os mundos não são paralelos, essa é uma imagem de má ficção científica. No final do século XVII, Leibniz, o filósofo de quem partem todas estas construções, escreveu um livro, a Teodiceia, onde, para exemplificar a noção de livre-arbítrio, propõe que se imagine uma pirâmide, a que chamou o palácio dos destinos, dividida por uma espécie de andares, em que cada um dos habitantes pode ver o seu duplo, todos os seus duplos, uma infinidade de duplos e seguir as atitudes e acções desses outros antes de escolher as suas. É por isso que se chama a Pirâmide dos possíveis, sendo que a base tende para o infinito, onde se acumulam os mundos imperfeitos, e o topo é o mundo absolutamente perfeito. Não tem, portanto, nada a ver com planetas ou mundos habitados por aliens ou marcianos à espera de uma oportunidadezeca para invadirem a terra e se tornarem donos do mundo.” (pág. 123).
Teodolito, 2014 (Teoria dos Limites – Maria Manuel Viana)
Sem comentários
Enviar um comentário